Escolhas Públicas: Portal X Plano Diretor de Transporte Urbano

Governar é fazer escolhas. Públicas, obviamente. Nestes tempos, não tão óbvio que dispense ser dito. Como o coqueiro de Ary Barroso, que dá coco em Aquarela do Brasil. Mesmo os que ignoram ou são incientes desse axioma praticam-no, para o bem ou para o mal.
Nada tem de errado - antes pelo contrário - que as escolhas públicas sirvam de referência para as escolhas privadas. Afinal, o planejamento governamental é determinante para o setor público e indicativo para o setor privado, como manda - bem - a Constituição da República. Errado - e muito - é o inverso, quando a escolha pública submete-se às escolhas privadas.
Confesso que não entendi muito bem os motivos de uma escolha pública municipal, o tal Portal da Amazônia, quando a escolha pública antes anunciada, inclusive na campanha eleitoral vitoriosa, era o Via Metrópole, o nome que os marqueteiros deram para o Plano Diretor de Transportes Urbanos, o PDTU velho de guerra.
Não duvidava da excelência da técnica construtiva do Portal, incensada nos jornais por afamados engenheiros. E assim fiquei até saber, pelo Jornal Pessoal - obrigado, Lúcio Flávio Pinto - que os primeiros mil metros estão afundando (recalcando, no jargão da engenharia civil).
Muita gente boa, fina e séria apoiou e até votou acreditando na escolha pública assim prometida. Quando a outra escolha foi feita, tornaram-se, compreensivelmente, críticos da nova escolha. Mas suas críticas não chegam aos jornalões locais (embora pareçam ter chegado a outros lugares, Washington inclusive). Agora é tarde para arrependimento.
Não dava para entender porque não cumprir a promessa e tocar o PDTU. Agora, a medida em que os lançamentos imobiliários se sucedem na área de influência do Portal, dá para entender. Entender tudo. A escolha feita é apenas nominalmente pública, porque vinda do governo de um ente estatal. Na vera é uma escolha privada.
Para maiores detalhes, ver o último Jornal Pessoal.

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