Vale vai às compras outra vez

A Vale vai às compras de novo e arremata um trecho da ferrovia Norte-Sul.
Quando ela ainda era estatal, uma ex-subsidiária sua, a Valec, projetou a Norte-Sul. A construção às pressas dessa ferrovia, no Governo Sarney, ainda não interessava tanto assim à Vale. Mas interessava - e muito - à Sarney, que iniciou-a ligeirinho, a partir de seus domínios, em Açailândia.
Olhando para um mapa do Brasil na época era fácil verificar que a Vale tinha um interesse estratégico nessa ferrovia, mas sem a pressa de Sarney. Afinal, para ela interessava um cronograma mais dilatado, para compatibilizá-lo com a produção de carga geral (grãos do cerrado tocantino e goiano, por exemplo) e a exaustão do minério de Minas Gerais. A carga geral viabilizaria a ferrovia e permitiria mais adiante abastecer o Sistema Sul com minério do Sistema Norte. Tanto a demanda por carga geral quanto a exaustão do minério de Minas Gerais iriam demorar um pouco.
Agora pareceu-lhe chegada a hora de colocar mais um ativo na sua bela cesta.
A Vale, como Ele, escreve certo por linhas nem tanto.
Segue a notícia completa de mais essa aquisição.
Vale arremata por R$1,47bi trecho da ferrovia Norte-Sul
03/10/2007 11:14:23
SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Vale do Rio Doce arrematou nesta quarta-feira a concessão para exploração comercial do novo trecho da ferrovia Norte-Sul pelo lance mínimo de 1,478 bilhão de reais.
A Vale foi a única habilitada a participar do leilão, pois apenas a empresa depositou junto à Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), dentro do prazo previsto, as garantias solicitadas.
O trecho arrematado pela Vale tem 720 quilômetros e liga Açailândia, no Maranhão, a Palmas, no Tocantins.
Do total, 368 quilômetros estão concluídos, de Açailândia (MA) até Araguaína (TO). Segundo a Valec Engenharia e Construção, empresa do governo federal encarregada da obra, a parte restante de 352 quilômetros deverá estar concluída até o final do ano que vem.
A Vale terá o direito de operar o trecho por um período de 30 anos.
A empresa já opera, desde 1996, outro trecho de 225 quilômetros da ferrovia Norte-Sul, entre Açailândia e Estreito, no Maranhão.
De acordo com a companhia, o projeto de exploração do novo pedaço da Norte-Sul permitirá a criação de um corredor de carga, viabilizando a exportação de grãos, álcool e açúcar produzidos na região centro-norte do Brasil.
(Por Maurício Savarese)
Fonte: Reuters

Comentários

Ronaldo Giusti disse…
Você tem razão. A CVRD e seus tentáculos: onde vão parar?

Para amenizar, leia meu blog: http://apoesianecessaria.zop.net
JOSE MARIA disse…
Meu caro Giusti.

Não sei onde - nem se - a Vale vai parar.
Mas sei que algumas coisas pelo menos já está passando da hora de parar.
Acidentes de trabalho em Carajás, por exemplo.
Obrigado pelo A POESIA NECESSÁRIA.

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