Ecos do Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas - CONARH

É a 33ª versão do Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas - CONARH, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos - ABRH.
Quando ainda era advogado, ajudei a fundar a Seção do Pará da ABRH e participei de sua primeira Diretoria. Saí quando fui para o Tribunal Regional do Trabalho em 1995. Mas continuei frequentando o CONARH, que é o maior evento de gestão de pessoas da América Latina. É nele que fico sabendo das tendências do mundo do trabalho, pela visão dos gestores de pessoas. Algumas práticas que depois vão influenciar o direito do trabalho, podem estar nascendo nas experiências e relatos que são feitos no evento. É nele que me atualizo sobre as tecnologias mais avançadas de gestão de pessoas e sobre o uso cada vez mais intenso de tecnologia da informação.
Como prometido, vou fazer um relato do que aconteceu de mais importante até agora.
O imperativo do crescimento sustentável: integrando pessoas e organizações
Esse foi o tema que abriu o Congresso, a cargo de Thomas Malnight (oriundo de Harvard), do IMD, da Suíça um dos melhores cursos de administração do mundo. Lá estudaram e estudam ainda muitos brasileiros. Simpático, mostrou que o mundo inteiro aposta nos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). E nessa busca ao novo Graal, os quatro se engalfinham por melhores posições. A cada instante ele, sempre com muita simpatia, dava um recado: o Brasil pode perder a corrida para os outros. O motivo: educação. Isso mesmo. Os três outros podem passar na frente do Brasil porque estão cuidando melhor da educação.
O mundo pede organizações sustentáveis: transforme a sua.
Esse foi o recado do bem-humorado Leo Johnson. Que desfiou exemplos e mais exemplos de escolhas erradas e certas. Inclusive um de uma empresa que fazia perucas com cabelos humanos comprados da China. Tudo ia bem até que a Anistia Internacional descobriu que os cabelos eram de prisioneiros.
A mensagem é: se sua empresa não tem ética e responsabilidade sócio-ambiental, ela corre riscos, pouco importando se ela é globalizada ou não.
A ALBRAS brilha
A ALBRAS foi a estrela de uma das oficinas do Congresso. O tema era Práticas de desenvolvimento sem fronteiras. Reinaldo Castanheira Filho, 37 anos, Presidente da ALBRTAS e Diretor de Alumínio da Vale, um simpático mineiro que rompe com o paradigma do valeriano típico - ele está na Vale tem pouco mais de doze anos - falou com entusiasmo da trajetória da empresa e dos sucessivos prêmios que arrebatou na área gestão de pessoas. Há anos que a ALBRAS é uma das dez melhores empresas para se trabalhar do Brasil. Este ano pode ficar entre as cinco. O modelo que nasceu e cresceu na ALBRAS é também agora adotado na ALUNORTE e na Nova Refinaria de bauxita.
Por Nova Refinaria se entenda a antiga ABC, que já mudou de nome antes de começar a ser construída. É que os chineses saíram do negócio (onde teriam 40%). Agora entra a Norsk, com apenas 20%. Como a nova refinaria ainda não tem nome definido, é conhecida internamente como Nova Refinaria. Quando funcionar, Barcarena vai se tornar um dos maiores polos mundiais de produção de alumina e alumínio. Verticalizar alumínio não dá, explica com sinceridade. Para ser viável a verticalização, teria que existir mercado consumidor às proximidades de Barcarena. E o que tem é pouco (cabos elétricos e esquadrias para construção civil). As principais aplicações - indústria automobilística, aeronáutica e latas de cerveja - estão distantes.
Esse é um tema que mereceria melhor tratamento na mídia convencional do Pará.
Liderança sem hora marcada
Nesse tema brilhou - e emocionou - D. Zilda Arns, que relatou como surgiu e cresceu a Pastoral da Criança da CNBB, hoje internacionalizada. Ela está saindo. Vai para a Pastoral dos Idosos. Ela merece mesmo o Prêmio Nobel da Paz. Depois de fazer bem feito no Brasil, a Pastoral da Criança chegou à Angola e outros países da África, onde une cristãos e muçulmanos para salvar crianças. Ela mostrou um filmete feito pela RADIOBRÁS em Angola. Foi de arrepiar.
Ecologia do Desenvolvimento humano
Dona Ruth Cardoso, agora animando a ONG Comunitas, deu uma aula de antropologia ao falar desse tema, encerrando o segundo dia do Congresso.
Que foi arrematado com uma divertidíssima peça teatral de Célia Regina Forte: Amigas, pero no mucho. Congresso de RH tem dessas coisas.

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