Manaos, a Metrópole da Amazônia (2)
Pensando bem, a cegueira já chegou a Manaos.
É que em lugar de harmonizar o sítio urbano com seus igarapés pré-existentes preferiu cometer o mesmo erro que Belém antes - e São Paulo muito antes ainda - já havia cometido e canalizá-los. Com direito a placas de propaganda e tudo mais. Em lugar de ser uma cidade amazônica, com identidade amazônica, vai se tornar uma cidade na Amazônia, mas que renega sua identidade ou a esconde, encarcera, entuba.
O bairrismo já desce a pequenos - e insignificantes - detalhes. Ontem foi distribuído nos hotéis um livreto de um programa nacional de divulgação das comidas locais. Justiça se faça, a gastronomia local vai bem em algumas combinações. Outras nem tanto. Mas o pirarucu, o piracuí, a farinha, o tucupi, o jambu, o tucumã (em forma de purê), a pupunha, a banana pacovã (assada ou em purê), a tartaruga (de cativeiro) e a castanha-do-Pará fazem parte de uma cozinha fusion que dá bom resultado gustativo. Eu, pelo menos, gostei de um pirarucu recheado. Nesse livreto a castanha-do-Pará foi censurada e virou castanha-da-Amazônia. Mas escapou uma receita com castanha-do-pará. Como ficou logo abaixo de um título do prato com um imenso castanha-da-Amazônia, em negrito, o resultado foi simplesmente ridículo, porque evidenciou a censura feita às pressas.
No folder do congresso de magistrados que estou participando já tinha encontrado essa mesma transfiguração da castanha-do-Pará. Que já era do Brazil - para exportação - e agora vai ser da Amazônia. Mas que na verdade é da Bolívia, onde sobraram os poucos castanhais ainda produtivos, depois que os nossos do Sul do Pará foram dizimados.
A elite dirigente e governante de Manaos poderia pelo menos aprender com os erros cometidos pela mesma dita cuja de Belém. E do Pará também.
Mas parece que não vai ou não quer aprender. Vai preferir errar sozinha.
Pior para Manaos e para nós que dela gostamos.
= = = = =
PS: Inverti as bolas no tocante ao livreto sobre as comidas: o texto mais destacado é o que tem a referência a castanha-da-Amazônia e o texto normal refere-se a castanha-do-Pará. Tanto pior. É mais ridículo ainda.
É que em lugar de harmonizar o sítio urbano com seus igarapés pré-existentes preferiu cometer o mesmo erro que Belém antes - e São Paulo muito antes ainda - já havia cometido e canalizá-los. Com direito a placas de propaganda e tudo mais. Em lugar de ser uma cidade amazônica, com identidade amazônica, vai se tornar uma cidade na Amazônia, mas que renega sua identidade ou a esconde, encarcera, entuba.
O bairrismo já desce a pequenos - e insignificantes - detalhes. Ontem foi distribuído nos hotéis um livreto de um programa nacional de divulgação das comidas locais. Justiça se faça, a gastronomia local vai bem em algumas combinações. Outras nem tanto. Mas o pirarucu, o piracuí, a farinha, o tucupi, o jambu, o tucumã (em forma de purê), a pupunha, a banana pacovã (assada ou em purê), a tartaruga (de cativeiro) e a castanha-do-Pará fazem parte de uma cozinha fusion que dá bom resultado gustativo. Eu, pelo menos, gostei de um pirarucu recheado. Nesse livreto a castanha-do-Pará foi censurada e virou castanha-da-Amazônia. Mas escapou uma receita com castanha-do-pará. Como ficou logo abaixo de um título do prato com um imenso castanha-da-Amazônia, em negrito, o resultado foi simplesmente ridículo, porque evidenciou a censura feita às pressas.
No folder do congresso de magistrados que estou participando já tinha encontrado essa mesma transfiguração da castanha-do-Pará. Que já era do Brazil - para exportação - e agora vai ser da Amazônia. Mas que na verdade é da Bolívia, onde sobraram os poucos castanhais ainda produtivos, depois que os nossos do Sul do Pará foram dizimados.
A elite dirigente e governante de Manaos poderia pelo menos aprender com os erros cometidos pela mesma dita cuja de Belém. E do Pará também.
Mas parece que não vai ou não quer aprender. Vai preferir errar sozinha.
Pior para Manaos e para nós que dela gostamos.
= = = = =
PS: Inverti as bolas no tocante ao livreto sobre as comidas: o texto mais destacado é o que tem a referência a castanha-da-Amazônia e o texto normal refere-se a castanha-do-Pará. Tanto pior. É mais ridículo ainda.
Comentários
férias heim? tudo de bom... espero que a aproveites bem. Alencar final do ano passado estivemos em manaus (ia te perguntar pq manaos, fui ao google e... ok tribo de outrora, terra dos mortos... vc me estimula, gosto disso rsrsr).
Sim voltando ao que me reporta, era então um encontro da região do MTE para tratarmos do ainda futuro sistema único de emprego e renda. sim fomos discriminados. esse povo nos odeia. mas não sei pq! sorte e muita paz! aproveite. ah! poste fotos da sua incursão maia. bjs cris
Inutilidade... será que eles não se tocam que além de nossa região ser uma das mais esquecidas da nação se nos racharmos ainda será pior?
Caríssimo Alan.
1 Obrigado pelos comentários.
2 É mesmo preciso ter uma visão generosa entre nós, da Amazônia. Essa disputa não pode se tornar uma emulação irracional. Os amazonense tem um Governador que é paraense, suas melhores cabeças estudaram em Belém ou fora de Manaus e agora ajudam a formar uma massa crítica que, espero, vai ajudá-los na caminhada rumo a um bom futuro.
3 Ah, sim, o Prefeito de Manaos - é assim, com a grafia antiga, que os materiais promocionais estão sendo redigidos, aparacendo aqui e acolá um mais arcaico ainda Manaós - também é forasteiro e isso deve dar um nó na cabeça das pessoas.
4 Vou ter dificuldades para postar fotos em cima do lance, mas depois vou fazer uma galeria do mundo maia.
Uma região que não tem capacidade de se desenvolver sozinha, não passa de uma mera colônia, uma terra de ninguém, que precisa de mão-de-obra externa qualificada pra se desenvolver, inclusive do Pará!
Sempre foi, e sempre vai ser!
Belém, Metrópole da Amazônia!