Teletrabalhando
ASG: As conversas da hora do cafezinho nas empresas giram, na maioria, em torno do sonho de trabalhar de maneira diferente. Isso é utopia? Ou faz sentido?
SRLM: É e-topia, mas factível [risos]. Esse é o título de um livrinho brilhante do arquiteto William Mitchell, que todos os interessados no futuro do trabalho e das cidades deveriam ler. Eu tenho certeza de que vamos redesenhar o modus vivendi e o modus operandi. Precisamos viver e trabalhar de forma diferente. Não há como manter o jeito atual. O modo de trabalhar ainda tem a ver com uma época em que os meios de produção eram caros e escassos, e era preciso levar as pessoas até eles. Construíram- se cidades para juntar gente, primeiro para abastecer os workshops [oficinas], depois as fábricas, porque, sem massa crítica de trabalhadores, não fazia sentido o investimento na infraestrutura para produzir algo. Mas isso está mudando rapidamente. Em uma economia contemporânea típica, entre 80% e 85% das pessoas já trabalham em serviços, e apenas 15% a 20%, em produção agropecuária ou fabril. À medida que se automatizam as máquinas e que se pode controlá-las de longe, como vem acontecendo, há umadiminuição significativa do número de
pessoas necessárias à produção fabril ou agropecuária. E os meios de produção, no caso dos serviços, intensivos em informação, não são nem caros nem escassos, o que faz com que eles possam ser “deslocalizados”, em vez de serem centralizadores –e ordenadores– do processo de produção.
ASG: O meio de produção vai às pessoas…
SRLM: Sim, tanto aos clientes como aos funcionários. Exemplo corrente são os restaurantes nos diversos bairros de uma cidade, contratando e servindo a quem está por perto. Tal tipo de “deslocalização”, além de mudar as cidades, modifica a essência de uma organização de negócios.
ASG: Como isso mudou? Tecnologia?
SRLM: A infraestrutura digital disponível em larga escala quase no mundo inteiro nos permite discutir de forma muito mais séria como reordenar o trabalho e as cidades que foram montadas nos últimos 150 anos. Temos de fazê-lo, porque o custo de transação para uma pessoa ir de onde mora aonde trabalha é astronômico, tanto em preço absoluto, por conta dos preços de estacionamento, combustível etc., como em preço
de tempo.
ASG: O que vai acontecer?
SRLM: Provavelmente, em vez de 6 mil pessoas irem trabalhar em um megaprédio em um lugar, a empresa se dividirá em 12 espaços de trabalho espalhados pela cidade ou região, cada qual com capacidade para 500 pessoas, para o pessoal se movimentar menos… [continua na revista…]
Comentários
Além disso, o TRT facilita muito a vida do advogado ao disponibilizar todas as peças online...Ajuizar Contra-razões de recurso com o recurso disponibilizado online e o peticionamento eletrônico é muito menos trabalhoso do que duas viagens (uma para obter a cópia do recurso e outra para protocolizar as contra-razões, como acontece na Justiça Estadual)
O único problema para nós advogados é que não temos como driblar o trânsito quando a nossa presença é indispensável (audiências, sustentações orais e diligência)... Dia desses cheguei 8:15 na Praça Brasil, para participar em uma audiência às 08:45... Não havia mais lugar algum para estacionar! O que compensa é o convívio com os colegas advogados e com servidores e juízes, com os quais criamos uma relação de amizade profissional pelo convívio cotidiano...
Muito obrigado pelo estimulante comentário.
Vou transformá-lo em um segundo post sobre o mesmo tema.
Vá mandando.
E peticionando eletronicamente.
Mas,vale dizer que adorei o seu teletrabalhando.Bom domingo!
Abraços,
Consuelo.
Muito obrigado por sua leitura e comentário.
Continue insistindo para que seus colegas de trabalho um dia possam também se tornar teletrabalhadores...
Abraços
Lembro tb de um caso em um processo meu que tramitava na 10a VT... A sentença foi publicada em um dia e neste mesmo dia já opus ED (eletronicamente, obviamente). No dia seguinte, já chegou em meu "PUSH" não só a comunicação de que o recurso havia sido protocolizado, como também que já estava julgado pelo Dr. Zahlouth!
Nesse mesmo dia, eu tive que visitar o Juizado Especial de Ananindeua para chegar se havia sido julgado um processo (tive que ir lá, pois além de não disponibilizarem a sentença na internet, ainda se recusam dar informações pelo telefone), só para ter a notícia que não havia sido julgado e que além disso, eles não sabiam quando e quem iria assumir o Juizado...
Veja as realidades que o advogado tem que conviver! O abismo é enorme! O TJE deveria aprender com o TRT! Obirgado pela referência sobre meu post! Abraços!
Mais uma vez muito obrigado pela leitura e pelo comentário.
E também pela defesa do processo eletrônico (afinal, é disso que se trata).