PIB Ambientalmente Ajustado

Mário Ribeiro é um economista respeitado pelos seus pares e por todos que o conhecem, pessoal ou profissionalmente. Mesmo quem dele eventualmente discorda, respeita-o porque é intelectualmente bem preparado e honesto. Honestidade pessoal, profissional e intelectual. Enfim, é portador de um conjunto de atributos positivos, que merecem reconhecimento.
Depois que saiu da Presidência do Banco do Estado do Pará e voltou para a Universidade Federal do Pará ele dedica-se com afinco a colocar de pé uma boa idéia: medir o PIB ambientalmente ajustado do Estado do Pará, o chamado PIB Verde.
Para isso é preciso criar uma boa equipe, um bom arranjo institucional e - claro - financiamento, para que com regularidade e periodicidade esse PIB Verde seja medido.
Dito de uma forma simplificada, rombuda mesmo, o PIB verde é o PIB convencional menos os custos ambientais. É razoável supor que muitas das atividades tidas e havidas como economicamente viáveis atualmente - extrativismo mineral e florestal, por exemplo - com as metodologias de mensuração disponíveis, não seriam tão viáveis assim se fosse incorporada à contabilidade esses custos ambientais. Conhecidos esses custos ambientais, seria possível estabelecer relações institucionais entre os setores público e privado em outros termos que não esse toma-lá-dá-cá às vezes aparentemente esperto e outras vezes nem tanto.
É até possível que, vencidas objeções e limitações conceituais, mais adiante o próprio Sistema de Contas Nacionais (SCN) incorpore essas variáveis ambientais e o PIB Verde torne-se a regra, o que será um avanço e tanto. Se - e quando - isso acontecer, as discussões ficarão mais racionais.
Enquanto isso não acontece, vale a pena incentivar iniciativas como essa do Mário Ribeiro, uma ótima idéia que precisa de apoiadores e patrocínio regular.
Afinal, nem só de pesquisas de opinião vivem os governos.

Comentários

Postagens mais visitadas