Eis a Diferença!

O Professor Erick Pedreira, Prorreitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Universidade Federal do Pará, a minha Alma Mater, escreveu um artigo - vejam que luxo! - para publicar neste blog.
É um artigo que faz toda diferença.

EIS A DIFERENÇA !



Os desejos primários das pessoas são: ser felizes, progredir, ter saúde, paz, estabilidade financeira. A riqueza e prosperidade são atributos perseguidos cotidianamente pelas pessoas.

Há pessoas pobres e ricas, assim como há países pobres e ricos. A diferença não está simplesmente na antiguidade do país. A Índia e o Egito têm milhares de anos e são pobres. Ao contrário, a Austrália e Nova Zelândia frente aos seus 150 anos, adquiriam status de desenvolvimento e hoje são classificadas como nações potencialmente desenvolvidas.

A diferença entre países pobres e ricos não está nos recursos naturais de que dispõem. Se não vejamos, o Japão tem um território muito pequeno, sendo 80% dele montanhoso, impróprio para a agricultura e para a criação de gado, detendo a segunda economia mundial. Seu território é uma imensa fábrica flutuante que recebe matéria primas de todo o mundo e as exporta transformadas, deste modo acumulando riquezas.

A Suíça não tem oceano, mas detém uma das maiores frotas náuticas do mundo; não tem cacau, mas tem o melhor chocolate. Em seus poucos quilômetros quadrados, cria ovelhas e cultiva o solo quatro meses por ano, o resto do tempo é inverno, mas tem os produtos lácteos de melhor qualidade de toda a Europa.

Igualmente o Japão não tem recursos naturais, mas exporta serviços com qualidade dificilmente superada, é um país pequeno geograficamente que passa uma sólida imagem de segurança, ordem e trabalho, que o converteu em caixa forte do mundo.

Também não é a inteligência das pessoas a tal diferença, como demonstram estudantes de países emergentes que emigram aos países considerados desenvolvidos, conseguindo desempenho educacional e profissional admiráveis. Outros exemplos são os executivos de grandes corporações que ao visitarem o Brasil, mostram-se impressionados com o grau de intelectualidade e adaptabilidade dos profissionais brasileiros.

Finalmente não podemos dizer que a raça faz a diferença, pois nos países centro-europeus ou nórdicos os não empregáveis da África e da América Latina constituem esmagadora força produtiva.

O que então faz a diferença ?

Ao estudar a conduta das pessoas nos países desenvolvidos se descobre que expressiva parcela da população cumpre as seguintes regras: Moral como princípio básico, ordem e limpeza, integridade, pontualidade, responsabilidade, desejo de superação, respeito às leis, respeito aos direitos do próximo e finalmente amor ao trabalho.

Necessitamos de mais leis? Não seria suficiente cumprir e fazer cumprir estas simples regras?

Não somos pobres porque ao nosso país faltem riquezas naturais ou a natureza tenha sido cruel conosco, mas simplesmente por nossa atitude. Nos falta caráter e coragem para cumprir estas premissas básicas de funcionamento das sociedades.

Se esperarmos que o governo solucione nossos problemas, ficaremos por toda a vida aguardando. Quanto mais empenho colocarmos em nossos atos e mais cedo modificarmos nossa atitude, mais rapidamente poderemos estar abreviando a inclusão do nosso país no rol do progresso e bem estar social.

Contudo apesar da odisséia de incertezas políticas que contaminam atualmente a mídia e decepcionam a sociedade, acredito que nós brasileiros um dia ainda poderemos fazer a diferença – ah ! antes que esqueça, definitivamente diferença não combina com corrupção !

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Prof. Erick Nelo Pedreira

Pro-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da UFPA

Professor da Faculdade de Odontologia da UFPa

Doutor pela Faculdade de Odontologia de Bauru da USP

Membro da Sociedade para o Progresso da Ciência - SBPC


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