França, quem diria...

Caso de jovem trocada por carro e escravizada choca França
17 de novembro de 2010  10h48  atualizado às 11h27

Os pais de uma jovem estão sendo acusados em um tribunal na França de ter trocado sua filha por um carro usado. A jovem, hoje com 30 anos, foi transformada em escrava doméstica e sexual pelo casal que a adquiriu.
O casal que escravizou a jovem também é réu no julgamento do caso, iniciado nesta semana na cidade francesa de Melun.
De acordo com o jornal francês Le Post, a jovem, identificada apenas como Sabrina, tinha 23 anos quando foi entregue a Franck Franoux, hoje com 51 anos, e Florence Carrasco, 36 anos, como parte do pagamento de um carro usado - ela foi estimada em 750 euros (R$ 1.760).
O cativeiro e tortura de Sabrina teriam ocorrido entre 2003 e 2006. Sabrina teria sido obrigada a viver acorrentada em um abrigo.
Segundo a promotoria, durante o tempo em que ficou presa, ela foi queimada com ferro quente e cigarros, espancada com barras de ferro e pedaços de madeira, obrigada a cuidar dos sete filhos do casal e a manter relações sexuais com outros homens, que pagavam por isso.
Em 2006, Sabrina ficou gravemente doente e foi deixada em frente a um hospital de Paris. Ela não tinha dentes e pesava apenas 34 kg.
Além de Sabrina, outros dois homens, Maurice, 58 anos, e Jean-Luc, 56 anos, também teriam sido torturados pela mesma família.
Cirurgia e traumas
Desde que foi abandonada no hospital, Sabrina passou por várias cirurgias, para a reconstrução de nariz e orelhas, que foram mutilados durante o tempo em que passou no cativeiro.
De acordo com declarações da polícia francesa ao jornal Le Post, ela foi encontrada em "um estado físico e psicológico deploráveis".
O advogado da vítima disse ao mesmo jornal que Sabrina teve "as duas orelhas queimadas, o cabelo raspado, o nariz quebrado. Ela foi queimada com cigarros (...). Ela foi estuprada em várias ocasiões."
Em entrevista ao jornal Le Parisien, Sabrina afirma que ainda não consegue dormir. "Em algumas noites eu tenho lembranças. Eu não durmo", afirmou.
Se forem considerados culpados, os acusados poderão ser condenados a penas que variam entre dois e 15 anos de prisão.

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