Vale procura

No mesmo dia em que arrematou mais um naco da Ferrovia Norte-Sul a Vale viu suas ações despencarem na Bolsa de Valores de São Paulo, arrastando o índice BOVESPA. Para os adoradores do deus mercado, isso deve ser visto como um sinal. Mau sinal.
Sem relação aparente com esses dois fatos, hoje a Reuters distribuiu a notícia de que a Vale e sua parceira chinesa Baosteel procuram sócio para investir no Estado do Espírito Santo, onde querem instalar uma siderúrgica para fabricar placas de aço, semelhante a que também pretendia instalar no vizinho Estado do Maranhão e agora redirecionou para o Espírito Santo. Como sempre, o BNDES é chamado a comparecer.
Nos planos da Vale parece que ao Estado do Pará é reservado o papel de fornecedor de matérias primas minerais com baixo valor agregado.
Uma questão recorrente entre os que se dedicam ao tema - Lúcio Flávio Pinto, por exemplo - diz respeito exatamente a essa vocação imposta ao Estado do Pará, parte pela natureza (que caprichosamente escolheu o Estado para nele plantar a maior província mineral do planeta) e parte pela Vale e adjacências (privadas e públicas).
Não há argumento convincente, por exemplo, para não adotar a mesma prática - atrair sócios - para verticalizar a produção de alumínio em Barcarena.
De minha parte, conversando aqui com as minhas teclas, imagino ser possível pelo menos cogitar de levar um papo com o indiano Ratan Tata, o dono da Tata Steel e da Tata Motors, que abocanhou tempos atrás a Corus.
Ele quer produzir carros no Brasil. Por que não fabricar os blocos do motor e as rodas em Barcarena? Em lugar de sair daqui apenas lingotes, sairiam rodas e blocos de motor, com maior valor agregado.

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Revisada às 6:27 h do dia 5 de outubro de 2007.

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