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O Uruguay era a Suíça da América do Sul, com uma economia baseada na lã (de carneiro). Uma inovação tecnológica permitiu fabricar lã artificial e a economia do nosso vizinho foi tosquiada. Nem a volta completa da roda da História - com a revalorização de produtos naturais e renováveis - melhorou as coisas.
A Suíça - sim, ela - inventou o relógio digital, mas não acreditou em um relógio sem corda e sem ponteiros. Confiante nessa crença, mostrou sua invenção em um congresso internacional de relojoaria. Uns japoneses da Orient e uns americanos da Texas Instrument pegaram o pião na unha e lançaram o relógio digital. Não precisaram nem pagar royalties, pois os suíços não haviam patenteado o invento. Em questão de poucos anos os suíços perderam o mercado mundial de relógios para os japoneses. Não acertaram os ponteiros até hoje.
O que aconteceu com a borracha amazônica todo mundo sabe. As sementes saíram daqui - legalmente - foram aclimatadas pelos botânicos da Coroa Inglesa e plantações racionais no Extremo Oriente fizeram acabar em poucos anos todo um ciclo econômico que havia colocado a Amazônia - e o Pará - quase no topo da economia brasileira.
Antes da crise o Brasil estava apostando muitas de suas fichas nos biocombustíveis. Parecia - e parece ainda - que vai dar tudo certo. Uma nova potência energética mundial estava nascendo. Não precisava inventar muito, pesquisar muito. As pesquisas científicas e tecnológicas disponíveis e já apropriadas pelas empresas nacionais parecem suficientes para dar esse salto.
Digo parecem porque pesquisas norte-americanas sugerem que é possível extrair combustível de celulose, a substância de origem orgânica mais abundante na Terra.
Como esse conhecimento está disponível até nas bancas de revista - revista HSM Management - presumo que nossos formuladores de políticas - públicas e privadas - estão atentos para esse fato e vão fazer os necessários investimentos em Ciência e Tecnologia para que não levemos, mais adiante, uma bola nas costas. Como essas pesquisas não são tão caras assim, é lícito presumir que, por sua natureza estratégica, não serão afetadas pela crise, muito antes pelo contrário.
Por isso levo fé que o escrete canarinho vai ter uma solução rápida e rasteira e saberemos converter rapidamente nossa matriz energética para funcionar tanto com combustíveis derivados da cana e das oleaginosas quanto da celulose. E o Pré-Sal fica como reserva estratégica.
Será?

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