Noticias do Caminho - de Nájera a Santo Domingo de La Calzada
Este domingo, 25 de abril de 2010, promete.
Ao escovar os desntes reencontro Fred, o peregrino checo. Acordo meus amigos no Hotel San Fernando. Divido o café da manha com Olinda e vou para o hotel. Ajudo minha amiga a despachar sua mochila para Santo Domingo de La Calzada.
Resiliente, ajusto minha caminhada de hoje. Vou direto para Santo Domingo e aguardo meus amigos lá. É um esforço para incentivar minha amiga que caminhou dois quilômetros por hora ontem.
Saio de Nájera margeado o Najerilla e atravessando o casco histórico. Reencontro Jan, o golden retriever, que acompanha fielmente seu dono. Eles passaram a noite em um camping, pois sao raros os albergues que aceitam animais (cavalos e burros, quase sempre). O dia está lindo. Sol. Céu azul. Temperatura amena. Meu destino inicial é Azofra, onde chego atravessando verdes trigais e vinhedos sem fim. Em um deles uma solitária picota - algo como um pelourinho - mostra o poder que já existiu nestas terras. As flores amarelas margeiam a estrada de cascalho por muitos quilômetros. Os peregrinos sao pontinhos que se movem na trilha que se perde no infinito. Consigo idenfificar os grupos agora já conhecidos: espanhóis, alemaes, italianos e Jan com seu dono madrilenho. Passo logo por Azofra e em seguida estou em Rioja Alta, um campo de golf que três anos atrás estava em construçao e agora é um símbolo da borbuja inmobiliária espanhola. Três anos atrás havia um frenesi de construçoes aqui. Agora encontro alguns aficcionados no campo de golfe, o restaurante e o supermercado com poucos frequentadores - alguns peregrinos - e muitas casas desocupadas. A crise espanhola é visível. Logo passo por Cirueña, em meio a trigais e cultivos de colza, já com as flores de um amarelo intenso que faz uma bela e inesquecível paisagem dominical. Estamos passando aqui no dia certo e na hora certa. Nos céu azul os avioes deixam rastros brancos. Uma cruz no caminho lembra um peregrino de Málaga que morreu no Caminho.
Em uma quebrada, no meio de um trigal, bem na linha do horizonte, aparece Santo Domingo de La Calzada e nela destacada a impressionante torre da catedral. Os peregrinos estao adiante e atrás, todos com vontade de chegar nesta emblemática cidade. Jan passa por mim calmamente, acompanhando seu dono. Logo estou na Calle Mayor e no albergue.
O albergue - Casa da Cofradia - foi refeito em duas casas ao lado do antigo. Está simplesmente excelente. Os hospitaleros sao alemaes. Guardo as botas e o cajado e confirmo a chegada da mochila de minha amiga. A da portuguesa Olinda também chegou. Aviso minha amiga por telefone. Ela resolveu assistir a missa em Azofra. Pior para ela, pois perdeu a primeira comunhao das crianças na Catedral. O burburinho mistura meninas vestidas de branco imaculado, meninos de ternos brancos e uniformes de marinheiro, pais, maes, avós e tios de terno e com as melhores roupas. O céu azul emoldura uma catedral belíssima. O Parador de 1928 está como sempre esteve. Charmosíssimo.
Resolvo almoçar no Los Arcos, o mesmo onde estive em 2007. Me atende Fred, o equatoriano que me atendeu três anos atrás. A pedida nao poderia ser melhor: chaparrones rojos a riojana, chuletitas de cordero, pao, vinho tinto (o mesmo Senorio de Unuela, mas da safra de 2008, que fez bonito), a 13 euros, gorjeja incluída.
Volto para o albergue para cuidar de lavar as roupas - tem máquinas bem na frente - e aguardar meus amigos, que chegaram cinco e meia da tarde.
Uma bela tarde de domingo em Santo Domingo de La Calzada, onde o galo cantou depois de assado (já contei essa estória três anos atrás aqui mesmo).
Um belo domingo no Caminho.
Resiliente, ajusto minha caminhada de hoje. Vou direto para Santo Domingo e aguardo meus amigos lá. É um esforço para incentivar minha amiga que caminhou dois quilômetros por hora ontem.
Saio de Nájera margeado o Najerilla e atravessando o casco histórico. Reencontro Jan, o golden retriever, que acompanha fielmente seu dono. Eles passaram a noite em um camping, pois sao raros os albergues que aceitam animais (cavalos e burros, quase sempre). O dia está lindo. Sol. Céu azul. Temperatura amena. Meu destino inicial é Azofra, onde chego atravessando verdes trigais e vinhedos sem fim. Em um deles uma solitária picota - algo como um pelourinho - mostra o poder que já existiu nestas terras. As flores amarelas margeiam a estrada de cascalho por muitos quilômetros. Os peregrinos sao pontinhos que se movem na trilha que se perde no infinito. Consigo idenfificar os grupos agora já conhecidos: espanhóis, alemaes, italianos e Jan com seu dono madrilenho. Passo logo por Azofra e em seguida estou em Rioja Alta, um campo de golf que três anos atrás estava em construçao e agora é um símbolo da borbuja inmobiliária espanhola. Três anos atrás havia um frenesi de construçoes aqui. Agora encontro alguns aficcionados no campo de golfe, o restaurante e o supermercado com poucos frequentadores - alguns peregrinos - e muitas casas desocupadas. A crise espanhola é visível. Logo passo por Cirueña, em meio a trigais e cultivos de colza, já com as flores de um amarelo intenso que faz uma bela e inesquecível paisagem dominical. Estamos passando aqui no dia certo e na hora certa. Nos céu azul os avioes deixam rastros brancos. Uma cruz no caminho lembra um peregrino de Málaga que morreu no Caminho.
Em uma quebrada, no meio de um trigal, bem na linha do horizonte, aparece Santo Domingo de La Calzada e nela destacada a impressionante torre da catedral. Os peregrinos estao adiante e atrás, todos com vontade de chegar nesta emblemática cidade. Jan passa por mim calmamente, acompanhando seu dono. Logo estou na Calle Mayor e no albergue.
O albergue - Casa da Cofradia - foi refeito em duas casas ao lado do antigo. Está simplesmente excelente. Os hospitaleros sao alemaes. Guardo as botas e o cajado e confirmo a chegada da mochila de minha amiga. A da portuguesa Olinda também chegou. Aviso minha amiga por telefone. Ela resolveu assistir a missa em Azofra. Pior para ela, pois perdeu a primeira comunhao das crianças na Catedral. O burburinho mistura meninas vestidas de branco imaculado, meninos de ternos brancos e uniformes de marinheiro, pais, maes, avós e tios de terno e com as melhores roupas. O céu azul emoldura uma catedral belíssima. O Parador de 1928 está como sempre esteve. Charmosíssimo.
Resolvo almoçar no Los Arcos, o mesmo onde estive em 2007. Me atende Fred, o equatoriano que me atendeu três anos atrás. A pedida nao poderia ser melhor: chaparrones rojos a riojana, chuletitas de cordero, pao, vinho tinto (o mesmo Senorio de Unuela, mas da safra de 2008, que fez bonito), a 13 euros, gorjeja incluída.
Volto para o albergue para cuidar de lavar as roupas - tem máquinas bem na frente - e aguardar meus amigos, que chegaram cinco e meia da tarde.
Uma bela tarde de domingo em Santo Domingo de La Calzada, onde o galo cantou depois de assado (já contei essa estória três anos atrás aqui mesmo).
Um belo domingo no Caminho.
Comentários
Rssssss
Bons relatos. Mantenha a ótima viagem.
Abs
Muito obrigado pela leitura e pelo comentário.
No pacote do IPhone que fiz nao inclui tudo isso.
Mas a verdade é que agora uso um chip da Movistar/Telefonica, para me comunicar com meus amigos e minha família (assim nao terei que pagar roaming, que fez uma ferida na minha conta telefônica em 2007, quando fiz o Caminho pela primeira vez).
Mas aqui tem uns festivais gastronômicos regionais que dao água na boca. Alguns deles exploram a temática do Caminho. A verdade é que vamos comendo as melhores e mais autênticas comidas dos lugares por onde passamos. Claro que nao faltam paellas e coisa e tal. Mas em cada regiao por onde o Caminho passa experimentamos a gastronomia regional.
Estou esperando passar por Astorga para encarar um Cocido Maragato. Agora vou pernoitar em Astorga para poder enfrentar essa poderosa gastronomia maragata.
Saludos.