Esperar Menos, Amar Mais (3)
Final
Não havia quem, conhecendo, deixasse de se encantar com sua famosa biblioteca – e sua atenciosa bibliotecária - na Rua Rússia, sempre aberta a todos que dela precisassem.
Fazendo caminho inverso ao meu, começou na magistratura para terminar na advocacia trabalhista empresarial, construindo uma sólida banca, referência nacional e internacional, também formadora de pelo menos duas gerações de jovens advogados, que assim tão bem iniciados terminaram construindo suas próprias e prestigiosas bancas.
Seu talento multifacetado permitia-lhe escrever na imprensa laica, em linguagem acessível e escorreita, sem qualquer perda conceitual, artigos que depois eram reunidos em volumes que constituem valiosa fonte de consulta sobre uma etapa buliçosa da política e do direito do trabalho, vista pela ótica de um acadêmico e advogado que, com honestidade e integridade intelectual, assumia posições claras e consentâneas com suas escolhas, permitindo o debate e o diálogo permanente com as que lhe eram antagônicas.
Sua admiração por Joaquim Nabuco, que escolheu para patrono desta cadeira quando da fundação da Academia, levou-o a publicar o livro Dicionário de Trechos Escolhidos de Joaquim Nabuco.
Mas quero mesmo realçar, isso sim, atributos outros como a elegância que dele fazia um perfeito cavalheiro, culto, refinado, lhano no trato, objetivo na linguagem do aparente e bem cuidado improviso, que pouco ou quase nada discrepava do texto escrito.
Ele gostava de Belém, que comparava a Lisboa, para ele sempre uma Feliz Lusitânia.
Ele amava a vida, por ele bem vivida ao lado de dona Marlene. Na última vez que o casal visitou Belém, ela estava particularmente feliz com a centenária fazenda que haviam adquirido no interior de São Paulo, onde passavam temporadas.
Nos seus últimos tempos enfrentou, com a bravura dos fortes, a doença. A cada reencontro, parecia-me que ele a vencera.
E em verdade assim foi, pois fez desses seus dias finais a última lição, e com ela concluo: é preciso esperar menos e amar mais.
Não havia quem, conhecendo, deixasse de se encantar com sua famosa biblioteca – e sua atenciosa bibliotecária - na Rua Rússia, sempre aberta a todos que dela precisassem.
Fazendo caminho inverso ao meu, começou na magistratura para terminar na advocacia trabalhista empresarial, construindo uma sólida banca, referência nacional e internacional, também formadora de pelo menos duas gerações de jovens advogados, que assim tão bem iniciados terminaram construindo suas próprias e prestigiosas bancas.
Seu talento multifacetado permitia-lhe escrever na imprensa laica, em linguagem acessível e escorreita, sem qualquer perda conceitual, artigos que depois eram reunidos em volumes que constituem valiosa fonte de consulta sobre uma etapa buliçosa da política e do direito do trabalho, vista pela ótica de um acadêmico e advogado que, com honestidade e integridade intelectual, assumia posições claras e consentâneas com suas escolhas, permitindo o debate e o diálogo permanente com as que lhe eram antagônicas.
Sua admiração por Joaquim Nabuco, que escolheu para patrono desta cadeira quando da fundação da Academia, levou-o a publicar o livro Dicionário de Trechos Escolhidos de Joaquim Nabuco.
Mas quero mesmo realçar, isso sim, atributos outros como a elegância que dele fazia um perfeito cavalheiro, culto, refinado, lhano no trato, objetivo na linguagem do aparente e bem cuidado improviso, que pouco ou quase nada discrepava do texto escrito.
Ele gostava de Belém, que comparava a Lisboa, para ele sempre uma Feliz Lusitânia.
Ele amava a vida, por ele bem vivida ao lado de dona Marlene. Na última vez que o casal visitou Belém, ela estava particularmente feliz com a centenária fazenda que haviam adquirido no interior de São Paulo, onde passavam temporadas.
Nos seus últimos tempos enfrentou, com a bravura dos fortes, a doença. A cada reencontro, parecia-me que ele a vencera.
E em verdade assim foi, pois fez desses seus dias finais a última lição, e com ela concluo: é preciso esperar menos e amar mais.
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