Vale Atrai Investidores
Na mídia especializada é divulgada uma notícia que interessa ao Pará e aos paraenses, natos ou não.
Diz ela - a mídia especializada - que a Vale tenta atrair investidores de regiões com forte crescimento econômico, como Oriente Médio e Ásia. A fonte é o diretor financeiro da empresa, Fábio Barbosa.- Queremos aumentar a base de investidores, diversificar... elevar o nosso perfil em outras regiões nas quais se observa maior crescimento das economias e onde empresas como a Vale podem ser interessantes.
Foi o que disse ele no Rio. Aqui no Pará, onde a Vale tem boa parte de suas operações, não é cenário para esse tipo de coisa. E também não é coisa para o noticiário local. Não entra na pauta, onde só cabe press releases.
Estão na mira o fundo soberano Qatar Investment Authority, mas também outras arcas como Emirados Árabes (Abu Dhabi), Kuweit e China, onde a Vale apresentou seu programa de investimentos e a receptividade foi muito boa. Se o faro dela é bom, o tempo dirá, mas a aposta é que há geração de riquezas no mundo, em particular na Ásia e no Oriente Médio, e temos uma empresa que representa excelente oportunidade de investimento.
Quando o tema foi a compra da mineradora anglo-suíça Xstrata, Barbosa desconversou: o mercado sabe diferenciar empresas, a crise torna o mundo mais restritivo em geral, para qualquer operação, mas cada caso é um caso, cada empresa é um caso. Nesse caso ele falaria com as costas bem quentes, pois a Vale já teria US$ 50 bilhões de financiamento para essa compra. Por essa - e por outras tantas - o plano de investimentos da Vale não vai ser alterado pela crise e a relação de oferta e demanda atual, bastante apertada, continuará estimulando o setor mineral.
E nós com isso?
Tudo a ver.
Sempre que era questionada sobre investimentos no Estado, inclusive na verticalização de seus próprios produtos - alumínio, por exemplo - a Vale saía pela tangente, com o seguinte lero: ela não pode concorrer com seus clientes.
Como não pode concorrer, pode ser sócia, parece ser a lição a extrair desse movimento.
Nesse caso é hora do Estado apresentar seu plano estratégico à Vale e mostrar que pode - deve - entrar nesse jogo. A não ser que queira ficar fora dele.
E nós com isso?
Tudo a ver.
Sempre que era questionada sobre investimentos no Estado, inclusive na verticalização de seus próprios produtos - alumínio, por exemplo - a Vale saía pela tangente, com o seguinte lero: ela não pode concorrer com seus clientes.
Como não pode concorrer, pode ser sócia, parece ser a lição a extrair desse movimento.
Nesse caso é hora do Estado apresentar seu plano estratégico à Vale e mostrar que pode - deve - entrar nesse jogo. A não ser que queira ficar fora dele.
Comentários
Com capital paraense (aí já inclusive capital estatal regional) abrir essa empresa e assim esses lucros não seriam remetidos para fora: ficarem aqui. Além da geração de emprego, renda e tributos.
A realidade é que o motor econômico do Pará é a região Sudeste. No Nordeste do Pará, o setor terciário é inchado e hipertrofiado: colocar essa fábrica no Nordeste do Estado seria uma forma de diversificação da nossa economia mesorregional.
Que dizes?
Outra vez, muito obrigado pela leitura e pelo comentário.
Digo que essa é uma proposição que poderia constar de um plano estratégico para o Estado do Pará.
O problema vai ser de escala.
A capacidade de investimento do Estado é baixa e a iniciativa privada local - nativa ou adotiva - até agora não se interessou pela verticalização em grande escala. O alumínio destinado ao mercado interno regional é, em termos percentuais, microscópico. Uma fábrica de cabos ao lado da ALBRAS, duas de panelas (Belém e Castanhal) e alguma venda de borra de alumínio, ao que eu saiba.
Uma grande fábrica de latinhas de alumínio, por exemplo, ou uma de perfis para a construção civil (esquadrias), uma fábrica de blocos de motor ou de roda de automóveis, exigem vontade, investimentos maiores e prospecção de mercado.
Em suma, sem um plano estratégico para o Estado, na sua própria perspectiva, nada feito.
E sem ele não há o que conversar com a Vale.