O Rasante da Embraer (2)

É Carnaval. 
Época boa para anunciar despedidas maciças em empresas tidas e havidas como socialmente responsáveis. Assim, não haverá superexposição na mídia.
Foi o que deve ter pensado a Embraer.
Não deu muito certo.
Primeiro reagiram os juízes do trabalho, como dei notícia no post anterior.
Agora são as centrais sindicais, que rasgaram a fantasia nas notas abaixo, que acabam de ser divulgadas no portal Gestão Sindical (link aí do lado direito).

Demissões na Embraer



Notas das Centrais Sindicais


Nota da CUT - Na avaliação da CUT, a demissão de 4,2 mil trabalhadores da Embraer, em São José dos Campos, é obra de incompetência administrativa e amadorismo gerencial. Trata-se também de oportunismo. A empresa tem recebido ao longo dos anos aportes do BNDES, cujo patrimônio é em grande parte composto por recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. A empresa quebrou recordes no ano passado, quando vendeu 204 aparelhos contra os 195 que ela mesma estimava, num crescimento de 20% se comparado ao de 2007. Em recente lista que inclui multinacionais, figura como a 16ª maior receita entre as indústrias em atuação no território nacional e como o 15º maior lucro líquido. Um dia antes de anunciar as demissões, um alto executivo da empresa, em entrevista ao jornal Gazeta Mercantil, afirmou que a Embraer via na crise “uma grande oportunidade” e que apostava em seu crescimento na América Latina. Diante de tais fatos, é ou não é oportunismo demitir 4,2 mil trabalhadores sem nenhuma tentativa prévia de encontrar solução mais ousada e responsável, sem considerar os altos lucros que teve em períodos anteriores, sem negociar com ninguém e sem considerar que demissões vão na direção contrária ao enfrentamento da crise, já que enfraquecem o mercado interno? A CUT, junto com seus sindicatos, vai realizar mobilizações, ações políticas e jurídicas para pressionar a Embraer a reverter esse processo bárbaro de demissões que não considerou as famílias de seus trabalhadores e trabalhadores, a cidade que acolheu a empresa ou o país que tanto a ajudou. Artur Henrique, presidente nacional da CUT (www.cut.org.br).


Nota da CTB - CTB quer reintegração na Embraer e conclama à unidade contra demissões -


A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) manifesta ativa e irrestrita solidariedade aos trabalhadores da Embraer que estão sendo vítimas de demissões em massa determinadas pela direção da empresa, que anunciou o corte de 4,2 mil postos de trabalho na última quinta-feira (19). Trata-se de uma decisão arbitrária, sem consultas prévias, que surpreendeu os representantes da categoria, as vítimas e o próprio governo Lula. Tal conduta revela-se ainda mais inaceitável quando se sabe que a Embraer prosperou protegida pelo generoso guarda-chuva do Estado nacional, tendo recebido cerca de 7 bilhões de reais em financiamentos subsidiados do BNDES (que opera com recursos do FAT) desde sua privatização em dezembro de 1994. O presidente Lula, que já revelou sua indignação com o episódio, precisa adotar uma posição firme em defesa da reintegração imediata dos trabalhadores e trabalhadoras demitidas na empresa de aeronáutica. É preciso cobrar maior responsabilidade social por parte da direção da Embraer que, embora privatizando os lucros, busca socializar os prejuízos e nunca dispensou a contribuição do BNDES. A CTB conclama o movimento sindical à mais ampla unidade neste momento de crise e de reacionária ofensiva patronal contra o emprego e os direitos da classe trabalhadora. É indispensável unificar forças para resistir e lutar em todos os setores e ramos da economia em defesa do emprego, dos salários e dos direitos da classe trabalhadora. São Paulo, 20 de fevereiro de 2009, Wagner Gomes, presidente da CTB (www.portalctb.org.br)


Nota da Força Sindical – A direção da Força Sindical divulgou hoje a seguinte nota sobre as demissões na Embraer: A Força Sindical e o Conlutas, juntamente com a Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu e Sindicato dos Metalúrgicos de Gavião Peixoto, irão entrar na próxima quarta-feira (25 de fevereiro) com uma Ação Judicial no Tribunal Regional de Campinas (TRT). As entidades sindicais irão pedir que o TRT reconheça a ilegalidade da dispensa coletiva praticada de forma irregular pela Embraer. A Ação reclama das 4.200 demissões, divulgadas ontem, aconteceram de forma unilateral, sem abertura de negociação com os legítimos representantes dos trabalhadores. As entidades também irão cobrar a responsabilidade social da empresa, que durante anos recorreu ao BNDES, com ajuda financeira de dinheiro público, e agora pratica atos antidemocráticos e ilegais, penalizando os trabalhadores. Força Sindical (www.fsindical.org.br)







Fonte: Gestão Sindical

Autor: Assessoria de Imprensa

Data: 22/2/2009

Link relacionado: 
http://www.gestaosindical.com.br

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