Juiz Cego
Vejam que notícia interessante.
O Estado de S. Paulo - 17.07.09
Primeiro juiz cego do País assume cargo
Evandro Fadel
Único integrante cego do Ministério Público no País, o procurador Ricardo Tadeu da Fonseca, de 50 anos, é também o primeiro juiz portador de deficiência visutal. O Diário Oficial publicou ontem a nomeação dele como desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, em Curitiba, assinada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele foi o escolhido de uma lista tríplice apresentada pelo tribunal. "Estou realizando um sonho", declarou. Há 18 anos, ele estava no Ministério Público do Trabalho, atuando em Campinas (SP) e em Curitiba.
Fonseca aprendeu a linguagem braile, mas no trabalho utiliza muito a tecnologia. Como desembargador, acredita que poderá se valer de assessores que leiam processos ou descrevam fatos. "Vou ter como fazer um juízo de valor", acentuou. "Minha situação é a mesma de um juiz que se serve do tradutor juramentado."
Ele foi um dos que redigiram a Convenção Internacional sobre Direitos de Pessoas com Deficiência, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro de 2006.
PARALISIA
Uma paralisia cerebral no momento do nascimento provocou perda parcial de visão em Fonseca que, mesmo assim, conseguiu estudar em escola regular. Aos 23 anos, quando estava no terceiro ano da faculdade de direito, ficou totalmente privado da visão. Com o apoio dos colegas, que gravavam o conteúdo de livros e as aulas, formou-se. Depois que deixou os bancos escolares, as dificuldades começaram a aparecer. "Ninguém me dava emprego", destacou.
Segundo ele, o currículo era aprovado, mas os possíveis empregadores voltavam atrás quando viam que era cego. A contratação para assessorar um desembargador do Tribunal do Trabalho de Campinas renovou suas esperanças. Incentivado por ele, fez concurso para juiz em 1990. Mas foi cortado antes de concluir o processo, em razão do exame de saúde.
No ano seguinte, passou em sexto lugar no concurso de procurador do Trabalho, deixando para trás cerca de 5 mil candidatos. Em 2002, mudou-se para Curitiba, onde fez o doutorado na Universidade Federal do Paraná. Além do trabalho na procuradoria, ele é professor convidado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná e no Centro Universitário Curitiba em cursos de pós-graduação. "Estou indo para a magistratura com a sensação do dever cumprido", disse.
Primeiro juiz cego do País assume cargo
Evandro Fadel
Único integrante cego do Ministério Público no País, o procurador Ricardo Tadeu da Fonseca, de 50 anos, é também o primeiro juiz portador de deficiência visutal. O Diário Oficial publicou ontem a nomeação dele como desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, em Curitiba, assinada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele foi o escolhido de uma lista tríplice apresentada pelo tribunal. "Estou realizando um sonho", declarou. Há 18 anos, ele estava no Ministério Público do Trabalho, atuando em Campinas (SP) e em Curitiba.
Fonseca aprendeu a linguagem braile, mas no trabalho utiliza muito a tecnologia. Como desembargador, acredita que poderá se valer de assessores que leiam processos ou descrevam fatos. "Vou ter como fazer um juízo de valor", acentuou. "Minha situação é a mesma de um juiz que se serve do tradutor juramentado."
Ele foi um dos que redigiram a Convenção Internacional sobre Direitos de Pessoas com Deficiência, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro de 2006.
PARALISIA
Uma paralisia cerebral no momento do nascimento provocou perda parcial de visão em Fonseca que, mesmo assim, conseguiu estudar em escola regular. Aos 23 anos, quando estava no terceiro ano da faculdade de direito, ficou totalmente privado da visão. Com o apoio dos colegas, que gravavam o conteúdo de livros e as aulas, formou-se. Depois que deixou os bancos escolares, as dificuldades começaram a aparecer. "Ninguém me dava emprego", destacou.
Segundo ele, o currículo era aprovado, mas os possíveis empregadores voltavam atrás quando viam que era cego. A contratação para assessorar um desembargador do Tribunal do Trabalho de Campinas renovou suas esperanças. Incentivado por ele, fez concurso para juiz em 1990. Mas foi cortado antes de concluir o processo, em razão do exame de saúde.
No ano seguinte, passou em sexto lugar no concurso de procurador do Trabalho, deixando para trás cerca de 5 mil candidatos. Em 2002, mudou-se para Curitiba, onde fez o doutorado na Universidade Federal do Paraná. Além do trabalho na procuradoria, ele é professor convidado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná e no Centro Universitário Curitiba em cursos de pós-graduação. "Estou indo para a magistratura com a sensação do dever cumprido", disse.
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