Madeeeeeeiiiiiiira!

Reproduzo, sem tirar nem por, e respeitando a fonte, press release do Observatório Social:


Observatório Social em Revista aponta um esquema milionário de extração ilegal de madeira amazônica e venda no comércio exterior.


A denúncia feita na última edição de Observatório Social Em Revista está repercutindo em diferentes lugares do mundo. A reportagem Devastação S/A, que aponta um esquema milionário de extração ilegal de madeira amazônica e venda no comércio exterior, vem sido citada em grandes jornais do Brasil e do mundo. A denúncia também está repercutindo em relações internacionais e tem gerado manifestações tanto de empresas quanto de governos. Acompanhe os principais desdobramentos:

Santander defende conselheiro que financia desmatamento

Demorvan Tomedi vende madeira comprada de empresas ligadas ao desmatamento ilegal da Amazônia. Banco diz que tem "relação de confiança" com o empresário.

A Pampa Exportações, cujo presidente compõe conselho de sustentabilidade do Banco Real, controlado pelo Santander, foi apontada pela revista doObservatório Social como exportadora de madeira amazônica obtida ilegalmente e "esquentada" em esquemas de corrupção que envolvem fiscais da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Pará (Sema).

Em nota oficial enviada ao
Observatório Social nesta terça-feira, 23, o Banco Santander defendeu Tomedi: "O sr. Demorvan Tomedi explicou ao banco que as informações oficiais sobre o fornecedor eram coerentes com os princípios da empresa e não levantavam suspeitas".

A reportagem apurou que a Pampa Exportações tem entre seus fornecedores empresas sistematicamente multadas pelo Ibama e empresas que não têm autorização para funcionar. Também constam na lista dos provedores de madeira empresas que sequer possuem cadastro nos órgãos de fiscalização e regulamentação do estado. A reportagem fotografou lotes de madeira irregular destinados à Pampa Exportações no pátio da Rio Pardo Madeiras, empresa inexistente no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). O Santander não se pronunciou sobre esses episódios, apenas disse que a reportagem é importante para "estimular o debate na sociedade brasileira sobre a necessidade de garantir uma evolução nas práticas de extração de madeira sustentável na Amazônia".

O Instituto
Observatório Social, por outro lado, acredita que debater o problema já não é mais suficiente e que o momento agora é o de realizar ações efetivas para coibir práticas predatórias, como as comprovadas pela reportagem e que envolvem a empresa Pampa Exportações. O IOS entende que, ao apoiar o conselheiro flagrado em práticas predatórias, o Santander avaliza as atividades realizadas pela Pampa Exportações - empresa que, inclusive, já esteve na lista da Secretaria Estadual de Meio Ambiente entre as empresas proibidas de comercializar.

Associações do setor madeireiro comentam denúncias

- Aimex
Em nota ao Observatório Social, a Associação das Indústrias de Madeira do Estado do Pará afirma que "o excesso de burocracia das instituições ambientais do governo estadual, aliado à falta de transparência em suas atividades, tem permitido e, até mesmo, fomentado o crescimento de um mercado ilegal que acaba contaminando todo o setor, o que impossibilita que se tenha absoluta certeza da origem de um produto - se é legal ou ilegal - no Pará".

- ANMP
Também em nota enviada ao IOS, a
Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira (ANPM) defendeu a descriminalização das empresas envolvidas nas denúncias. Segundo a associação, "não é justo o setor como um todo ser rotulado como destruidor de florestas".

O meio ambiente e o mundo do trabalho

Escrito por Valeir Ertle é secretário de Relações Internacionais da Contracs/CUT

O Instituto Observatório Social lançou em junho a 15ª edição de sua revista informativa. Ela apresenta o resultado de uma profunda investigação sobre empresas que financiam a devastação da Amazônia. Mais de 15 mil quilômetros foram percorridos pela equipe de reportagem, ao longo de nove meses de um trabalho extenuante e metódico, que contou com uma ampla rede de colaboradores e de organizações.


As informações apuradas permitiram fechar os elos de uma corrente perversa, que começa no interior da floresta e termina na casa de consumidores em todos os continentes.


A revista apurou que grandes empresas brasileiras e estrangeiras estão na ponta da cadeia produtiva que financia a devastação da floresta amazônica. A madeira, beneficiada por empresas sistematicamente envolvidas em crimes ambientais, é vendida para exportadoras que as repassam para empresas sediadas nos Estados Unidos, Europa e Ásia.


Muitas das empresas que compram a madeira do desmatamento detém selos de certificação ambiental e são vistas como empresas socialmente responsáveis. Na prática, contudo, são financiadoras da devastação, pois compram madeira sem realizar uma rigorosa checagem da origem do produto e sem levantar o perfil dos seus fornecedores.

Quando usado por empresas inescrupulosas, o discurso da sustentabilidade ambiental e da responsabilidade social empresarial cai no vazio, em ações de marketing que visam apenas encobrir atos predatórios.


Os trabalhadores têm um importante papel na construção de um mundo mais justo e ambientalmente sustentável. A agenda ambiental se tornou assunto de grande importância em qualquer projeto de desenvolvimento.


A Central Única dos Trabalhadores, por exemplo, já se posicionou a favor de vetos presidenciais à MP 458, que ficou conhecida como a MP da Grilagem, que entre outras medidas promove a legalização de terras ilegais na Amazônia, inclusive nas áreas onde atuam as empresas que exportam a madeira do desmatamento.


O desmatamento e os negócios ilegais de produtos oriundos da Amazônia interessam apenas aos setores retrógrados da sociedade. O movimento sindical deve se aliar de forma madura e responsável a essa luta em defesa da vida e da construção de um mundo mais justo e sustentável.


Para conhecer o trabalho desenvolvido pelo Instituto
Observatório Social, visite o site: www.os.org.br


Valeir Ertle é secretário de Relações Internacionais da Contracs/CUT e diretor administrativo e financeiro do Observatório Social.






Fonte: Observatório Social

Autor: Assessoria de Comunicação

Data: 5/7/2009

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