De Lauande, Nostalgia e Esperança

Hoje é aniversário da morte de Eduardo Lauande.
Sua morte reacendeu as esperanças de quem acreditava termos atingido o fundo do poço em matéria de violência e degradação urbana.
Todos gostaríamos que seu sacrifício não tivesse sido em vão e sua morte fosse o marco da passagem para uma cidade melhor ou, pelo menos, com violência reduzida, contida.
O tempo passou e as esperanças não passaram disso mesmo.
A violência, a degradação, a barbárie aumentaram e continuam sitiando a cidade de Belém, que em um outro momento se autodenominou Metrópole da Amazônia.
Hoje, com a serenidade possível em meio a tantas desgraças, penso que nostalgia e esperança são sentimentos que mais prejudicam que favorecem a cidade e seus cidadãos.
A lembrança do passado imobiliza o presente e prejudica o futuro que gostaríamos de ter, para nós e nossos sucessores. Respeitar o legado não pode servir de pretexto para conformar-se com o presente e comprometer negativamente o futuro.
A verdade é que temos todos que esperar menos e agir mais, esperar menos e amar mais. Amar Belém e todos que nela vivemos.
Antes de Belém outras cidades - Nova Iorque e Cáli, por exemplo - experimentaram a falência e saíram dela melhor que antes.
Em Belém ainda vivemos tempos em que sempre é possível piorar. Quosque tandem?
Lauande, vivo fosse, teria uma imensa contribuição a dar. Mas a cidade, violenta, eliminou-o, prescindiu da inteligência dele. Ficou mais pobre e mais bárbara.
Mas Lauande vive, em nós todos que o amamos, amamos e queremos uma Belém melhor.
Viva Lauande!

Comentários

Yúdice Andrade disse…
Há pouco mais de um ano, mudei-me para o mesmo conjunto onde Lauande morava - e onde morreu. São algumas ruas de distância. A morte dele e outros assaltos levaram a associação de moradores a fechar uma parceria com a Polícia Militar, que nos garantiu policiamento comunitário. Estamos policiados há um ano e a segurança no local, sem dúvida, melhorou.
Ou seja, as perdas não foram 100% em vão. Mas lamento que sejam tão restritas. O ideal, claro, e esse é o objetivo da postagem, seria que todo cidadão pudesse se sentir seguro, na sua casa, na sua rua.
Honremos a memória de Lauande, renovando nossos votos de força e paz a sua família.
JOSE MARIA disse…
Meu caro Yúdice.


Muito obrigado pelo comentário.

Vocês já fizeram o que estou propondo: esperaram menos e agiram mais. Ótimo.

Por isso deu certo.

Mas isso precisa ser multiplicado, em um processo viral de reinvenção da cidade.

A iniciativa dos moradores e da Polícia Militar vale como um tributo a Lauande.

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