O Insituto de Estudos Avançados vai criar, com recursos da FINEP, um portal sobre a Amazônia.
Para meu gosto melhor teria sido se a iniciativa partisse da UFPA.
Mas a UFPA é ela e suas circunstâncias, que impediram que assim fosse.
Felizmente, a rede mundial de computadores é uma poderosa ferramenta de democratização do conhecimento. Assim, mesmo sendo de uma universidade paulista a iniciativa, sua apropriação pode ser feita também por nós da Amazônia. O que fazer com esse conhecimento é a escolha que temos que fazer, agora e depois (mas logo).
Por enquanto, o conhecimento - desigualmente distribuído - sobre a Amazônia não tem sido colocado à serviço da região e de seus habitantes, a não ser residualmente. E, a bem da verdade, apesar de todo o conhecimento acumulado, ainda é maior o desconhecimento, e nisso tem morado o perigo, para a Amazônia e seus habitantes, cada vez mais objetos e menos sujeitos da sua própria história.
Transcrevo abaixo a notícia divulgada pelo Instituto de Estudos Avançados da USP, para uma melhor compreensão.

PROJETO
Portal terá acervos sobre a Amazônia


Caracterizada pela grande variedade ambiental, sociocultural e de condições institucionais de suas sub-regiões, a Amazônia é marcada também por gigantescas transformações econômicas e ambientais, entre elas o desmatamento intenso e a urbanização.

Com o objetivo de coletar, organizar e disponibilizar informações sobre a região produzidas nos últimos 40 anos, e dessa forma fomentar futuras estratégias, políticas e programas, o IEA lançou em 2009 o Programa “Amazônia em Transformação: História e Perspectivas”, que tem como coordenadora geral Maritta Koch-Weser, presidente da Earth3000, como coordenadora geral e José Pedro de Oliveira Costa, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, como coordenador adjunto.

Segundo os coordenadores, muitos trabalhos sobre a região ficaram limitados a subsidiar projetos públicos ou privados, programas e entidades. Além disso, inúmeros estudos e relatórios permaneceram restritos aos arquivos de empresas, agências, institutos e universidades ou integram os acervos particulares de pesquisadores. Existe também uma vasta gama de outros documentos, inclusive visuais, que não tiveram a devida divulgação, como relatórios de campo, pesquisas, trabalhos esporádicos, discussões estratégicas ou de planejamento, mapas, inventários, filmes e fotografias. Muitos não estão catalogados, são de difícil localização e estão precariamente preservados.

Essa situação motivou a formulação do projeto coordenado pelo IEA, com o objetivo salvaguardar informações importantes sobre a Amazônia para pesquisas atuais e futuras, além de servir ao planejamento de políticas públicas. A proposta já foi contemplada com R$ 317 mil do Programa de Infraestrutura da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a aquisição de equipamentos e programas necessários à digitalização e disponibilização na web dos acervos.

O projeto está dividido em quatro partes:

1) Recuperação

  • resgate de arquivos privados e institucionais;
  • realização de uma série de entrevistas com protagonistas de desdobramentos históricos na Amazônia a partir dos anos 60;
  • digitalização de materiais não publicados até o momento, tornando-os acessíveis às instituições acadêmicas e a outros interessados.

2) Portal "Amazônia em Transformação"

  • um vasto banco de dados, para uso acadêmico;
  • uma área aberta a contribuições e que permita a troca de informações entre pesquisadores e outros interessados na questão
  • articulação, via links e outros meios, com outras fontes de informação sobre a Amazônia.

3) Diálogos Estratégicos

  • realização de uma sequencia de fóruns que proporcionarão o encontro de especialistas, estudantes e tomadores de decisão; os primeiros tópicos de diálogo incluem desafios e oportunidades relacionadas com a gestão de bacias hidrográficas, mudanças climáticas na Amazônia e desenvolvimento de negócios sustentáveis.

4) Arquivo e Biblioteca

  • constituição de um Centro de História da Amazônia, com um acervo físico de documentos e livros sobre a região; pesquisadores pioneiros que se dedicaram por muitos anos à Amazônia já ofereceram suas coleções.

Para a consecução desses objetivos, o projeto pretende desenvolver uma base de cooperação institucional a mais vasta possível. O meta inicial é desenvolver parcerias com instituições e programas especializados, nacionais e internacionais, de forma inclusiva e cooperativa.

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