Feliz Círio

Belém já é quase só Círio.

O que ele tem de divino e profano deixa a cidade com um clima que não é de Natal, porque é diferente. Nem parecido é, porque é mais que Natal. É Círio.

Crente ou não, ateu ou agnóstico, católico ou não, quem vive em Belém vive esse clima.

Tempo de reformar as casas, tirar do armário as melhores roupas de cama, mesa e banho.

O pato é comprado com antecedência. O tucupi e o jambu não tem jeito, só dá para comprar na véspera.

Aqui em casa a maniçoba está no fogo desde segunda feira. Ontem colocamos nela a cabeça de porco moqueada. Antes comi uns pedaços com farinha d'água e pimenta de cheiro. É comida, mas é também um ritual que repito há muitos anos, desde quando minha mãe ainda era viva e eu era criança.

Hoje foi dia de romaria fluvial, a única que acompanho.

Depois de me livrar dos ínumeros engarrafamentos provocados pela motorromaria, fui ao tradicional almoço na casa de uma amiga que é mais que isso, é irmã. O que começou com um almoço para a família e poucos amigos, cresceu e ameaça entrar para o calendário oficial do Círio.

Este ano não vou assistir o Círio da CDP.

Mas sempre que posso assisto de lá e posso afirmar que é um espetáculo impressionante de fé e emoção.

Palavra de agnóstico.

Feliz Círio para todos.