55º Aniversário

Ontem fez exatos 55 anos que um grupo de jovens tentou tomar de assalto um quartel de nome esquisito, Moncada.
Depois de meses de meticuloso planejamento, um encontro fortuito com uma patrulha da polícia militar - era dia de Carnaval - precipitou o entrevero e daí em diante tudo deu errado.
Errado modo de dizer porque os jovens foram derrotados, mortos uns, presos outros e na cadeia - em uma ilha no passado freqüentada por piratas e corsários - um deles escreveu sua própria defesa (ele era advogado), que depois rodaria o mundo como livro (A História me Absolverá). Pressões internacionais ajudaram a ditadura a libertar o líder deles, que exilou-se no México.
Três anos depois alguns desses jovens e mais outros tantos - inclusive o líder e um médico argentino - voltaram e desembarcaram clandestinamente em uma localidade não muito distante do quartel. Também deu errado no começo, pois erraram o local e a data do desembarque e foram recebidos à bala. Conseguiram escapar e internaram-se nas montanhas, de onde iniciaram uma guerra de guerrilha. Agora eles queriam mais. Não se contentavam só com um quartel. Queriam tomar o país inteiro.
E tomaram mesmo, três anos depois.
O resto é História.
Ontem um desses jovens, agora já com 77 anos, presidiu o ato solene que comemorou o 55º aniversário do assalto, às 19 h (é verão e o sol se põe lá para as 21 h) no polígono que fica exatamente em frente ao quartel, hoje uma escola e um museu. O líder do assalto, doente, não pôde comparecer ao ato, como fazia todos os anos.
O ato não foi lá grande coisa, para os padrões desse tipo de comemoração nos últimos anos, pois lá estavam apenas 10.000 pessoas.
E ano que vem vai fazer 50 anos que eles tomaram o país. E não se ouve falar em comemorações ou grandes festas.
Sinal dos tempos? Com certeza.
Para saber mais sobre essa solenidade, clique aqui.

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