Rio, o Resgate
O Rio de Janeiro, neste final de 2009, parece que finalmente começa a tirar o pé da lama.
Os cariocas - alguns, pelo menos - datam o início da crise da cidade com a transferência da capital do país para Brasília. Outros, preferem marcar com a fusão da Guanabara com o Rio de Janeiro. Outros ainda fulanizam e marcam com o governo de Leonel Brizola. Todos concordam que o Rio de Janeiro foi mesmo ficando decadente e se não faliu - como Nova Iorque - andou perto.
Sempre que posso passo o final do ano no Rio de Janeiro. Algumas vezes passo também o Carnaval. Outras tantas, passo a Semana Santa. Acompanhei o sobe e desce da cidade que, justiça se lhe faça, nunca perdeu uma gota de charme e encanto. Nos seus piores anos, o Reveillon e o Carnaval continuaram sendo espetaculares. Sempre me impressionou essa capacidade de resistência da cidade e de seus moradores, que nunca perderam a alegria de viver.
Neste ano, a criminalidade e a violência continuam - ontem, duas quadras distante daqui do hotel onde passo uns dias antes de ir para Paraty, criminosos invadiram uma igreja modernosa e trocaram tiros com a polícia - mas a cidade dá claros sinais de recuperação. Os governos - do Município e do Estado - recuperaram a iniciativa, que antes parecia estar com o crime organizado. A economia faz suas apostas na Copa do Mundo, nas Olimpíadas e no Pré-Sal. Os imóveis já estão valorizados novamente. Copacabana, como sempre nesta época, está bem cuidada (e bem policiada).
Esse resgate só foi possível porque todos - mas todos mesmo - tomaram consciência que a cidade havia decaído, estava falida ou falindo. Agora todos querem participar da recuperação, do resgate.
E Belém, quando vai fazer o mesmo?
Comentários
Belém pode acordar quando um certo ensaista decidir-se a publicar sua obra. Uma sugestão de título? Belém, século XXI: vinte e um motivos para salvar Belém.
...rsrsrs...
Abração.
Entendi o recado...
Octavio,
Muito obrigado pela leitura e pelo comentário.
Você pode fazer muita coisa, você sabe.
Pessoas como você e Bia - que vai votar com os pés por bons motivos - podem ajudar Belém a sair daquele lugar que nosso Presidente acha que muitos brasileiros estão.
Bem que ele poderia ajudar Belém também.
Eu não vou votar com os pés, mas vou votar votando mesmo.
Abraços fraternos.