Notícias do CONARH (10)

Na minha perspectiva, dois pontos altos no CONARH hoje.
Primeiro, uma reluzente exposição de Sílvio Meira, o já lendário cientista-chefe do C.E.S.A.R, âncora do Porto Digital, no Recife. Depois de dar um show com a apresentação cheia de ótimos recursos - inclusive uma caneta digital que permite fazer anotações na tela do notebook imediatamente transmitida para o Power Point - sobre gestão do conhecimento, apresentou a versão beta da rede social do C.E.S.A.R., a a.m.i.g.o.s. Para quem quiser se inscrever nela, basta acessar www.oro-aro.com. Ele é professor da UFPE e cedeu uma cópia da versão beta para a Universidade e para a Universidade Federal Rural de Pernambuco. As duas estão usando a plataforma. A Rural radicalizou: todas as relações com os alunos é feita com o uso dessa plataforma, exclusivamente. Não tem outra relação a não ser essa. Presencial, só as aulas.
A propósito do sucesso do Porto Digital, lembro que nos anos oitenta, quando já estava claro que Manaus ia mesmo se tornar um polo de hardware, debatia-se que Belém deveria se esforçar para se tornar um polo de software. Desorientada e desanimada, como sempre, Belém não escutou as vozes que debatiam e a idéia foi dar certo no Recife.
Segundo, foi um talk show ancorado por Betania Tanure (PUC-Minas) com Cledorvino Belini (Presidente da Fiat) e Marco Antonio Castelo Branco (Presidente da Usiminas). O tema foi Responsabilidade em Prática: Transformação do Indivíduo, Organização e Sociedade. Depois de relatarem a experiência de cada um - um recuperou a Fiat e outro está com mandato para recuperar a Usiminas - apresentaram com entusiasmo uma experiência fora da empresa, de combate a violência, em parceria com o Governo do Estado de Minas. São onze empresas que patrocinam um disque-denúncia de última geração e reforçam esse combate com melhorias gerenciais no sistema de georreferenciamento, em um das pontas, e apoiando os egressos do sistema penal, em outra (a Usiminas recrutou emprega 60 egressos). No final, um personagem que estava em um poltrona ao lado dos dois Presidentes foi chamado pela âncora para relatar sua experiência. Era um egresso do sistema penal que narrou sua descida ao inferno das drogas e da delinquência desde os sete anos até sua transformação em ser humano, gente. Foi de arrepiar. Ao final, foi aplaudido de pé. Depois de ouvi-lo, é possível acreditar na ressocialização dos egressos.
O que sempre me impressiona e surpreende no CONARH é a capacidade de seu Comitê de Criação, que todo ano consegue produzir essa rara e bem sucedida combinação de razão e emoção.

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PS: Nas palavras do próprio egresso, até ser integrado ao programa, era tratado como bicho e a primeira vez que foi chamado pelo próprio nome foi ao ser entrevistado pelo Presidente da APAC, responsável pelo programa que transformou-o em gente.

Atualizado às 17:11 do dia 21 de agosto de 2009.

Comentários

JOSE MARIA disse…
Comentários anônimos são moderados e, se for o caso, mandados para a lixeira.

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